sexta-feira, 18 de julho de 2014

Crianças Traumatizadas pelo Conflito Israelo-Palestino

Não existem dúvidas que uma das maiores consequências de conflitos violentos é o trauma de guerra. Quando milhares de pessoas são retiradas de uma situação rotineira e expostas aos horrores da guerra, a situação de trauma é criada e, por muitas vezes, as consequências são permanentes. Adultos possuem maior facilidade em se livrar de traumas de guerra devido sua maior maturidade emocional, porém, qual é o tamanho do trauma nas crianças? 

Do lado Palestino, aproximadamente 75% das baixas são civis, segundo o Ministério da Sáude de Gaza. Sendo que, a maioria vítimas são crianças. Conta-se mais de 600 civis feridos até o momento além de dezenas de casas destruídas. Segundo Dr. Ahmad Abu Tawhina, do Programa de Saúde Mental em Gaza,"o trauma está presente em todos nós, até mesmo o barulho do fechar de uma porta assusta nossas crianças." Diversas organizações humanitárias apelam à Organização das Nações Unidas por uma intervenção do conflito. Somente hoje, dia 17 de Julho, que o Hamas aderiu à um cessar-fogo de 5 horas para remoção de vítimas da zona de conflito após ignorar o cessar-fogo do começo da semana proposto pelo Egito e aceito somente por Israel.



Mulher carrega seu filho em Gaza, fonte: EPA 


Do lado Israelense, mais de 70% da população é alvo dos foguetes lançados pela milícia Hamas. As cidades mais atingidas pelos foguetes se localizam no sul de Israel, onde escuta-se o soar de sirenes quase que 30 vezes por dia. Quando uma sirene toca, os habitantes destas cidades próximas a Gaza possuem somente 15 segundos para correrem para bankers - abrigo anti-bomba. Estes cidadãos, bem como suas crianças, estão constantemente expostas ao medo de serem atingidos. Uma cidadã que não quiz se identificar, disse ao jornal Fox News: "Me sinto totalmente insegura toda vez que vejo o rostinho de horror e medo de minha filha pequena quando corremos às pressas ao abrigo anti-bomba".


Mulher protege sua filha de foguetes em Ofakim, Israel, fonte: Ynet

Uma criança traumatizada tem grande possibilidade de problemas de sociabilidade e saúde mental, como demência, irritação ou depressão. Quem acompanha o conflito Israelo-Palestino sabe que o mesmo se intensifica de tempos-em-tempos em um ciclo constante de ódio e guerra. Infelizmente, há poucas esperanças por solução no futuro próximo. Seria o fato de que às crianças traumatizadas de hoje serão os futuros combatentes de amanhã?


Por: Daniel Rabetti
De: Petah Tikva, Israel

Fontes: 
Ynet News (Gaza children traumatized by war)
DW (Fears among Israelis rise as more rockets fall)
Fox News (Gaza's children scarred as they live through third war in just over 5 years)


Daniel Rabetti, Brasileiro, migrou para Israel no final de 2009,
é formado em Administração de Empresas com especialização em Finanças,
Professor assistente na faculdade IDC, Herzliya, Israel.


Nota: O artigo representa a opinião de quem à escreveu. O blog Últimas do Oriente Médio fornece espaço a colaboradores das mais diversas origens, etinias, religiões e opiniões sobre assuntos que afetam o Oriente Médio.


1 comentário:

  1. Desde de 1948 (ano de criação de Israel), conta-se pelos dedos as vezes que Israel quis iniciar uma guerra com algum pais vizinho. Quando aconteceu, houve razões muito forte. Sou da opnião que no caso de Gaza, Israel só está pagando um erro estratégico do grande general (na altura primeiro ministro) Ariel Sharon, que entregou Gaza de mãos beijadas a grupos terroristas. Claro que quem paga a conta no final da guerra são os civis de ambos os lados, crianças e adolescentes que não tem culpa nenhuma.

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